"Azul
Cerúleo, celeste, Cárdeo, Safira...São imensos, mas se algum se pode dizer que me contaminou o pensamento esse é mesmo o nosso "Azulde Alcobaça". desde sempre que me lembro das pequenas flores, das pinceladas certas, dos painéis enormes com grandes arcadas, perfeitamente simétricas... Lembro dos azulejos, da boneca e das tintas de água de muitas cores...Mas o azul, que me enganava com a sua cor, esse ficou-me sempre na memória.
E agora em torno da cor desta memória, entre percurso, experiências, técnica, partilho em tom de azul estas vivências, também elas contaminadas deste potente, forte e indescritível azul de carácter marcante e extremamente contaminador.
As pastas são diversas, são fruto de uma pesquisa intensa experencial na procura de cores, texturas e características físicas únicas e adequadas a cada projeto.
A imposição da cor não retira importância, a todas as formas, inclusivé as de roda, pelo contrário; o processo construtivo parte das formas tradicionais, tendo como evolução do processo, a sua desconstrução.
A cor é um componente de alma a estas peças, mesmo quando não se vê.
O desafio era manter o meu registo, e o tema levou-me de certa maneira ao lado conceptual das vivências do passado e do presente.
As técnicas essas são ilimitadas, não me prendo por nada deste mundo, deixei a liberdade fluir, os projetos são amostras, testes à cor, à sua intensidade e à forma escolhida para a apresentar, uma união entre cor e forma perfeita sem nunca esquecer a sua identidade contemporânea.
A cerâmica tem um processo profundo, melindroso, complexo que só a experiência e dedicação conseguem alcançar sem erros.
E todo este processo é sem dúvida uma arte superior de sempre, para sempre, com valores inigualáveis."
A autora,Liliana Sousa